Odeio o Imperador,
O Rei, o Presidente.
Trindade que resume apenas Opressão,
E para quem o Povo é tudo menos gente…
Motivo porque o faz ser pasto de canhão!
Odeio o Magistrado,
O bonzo da Justiça,
Que por Evangelho o Código Penal.
Sepulta nas Prisões quem ousa vir à liça,
Cuspir na face alvar do monstro Capital!
Odeio o Soatarrão de zero na cabeça,
E albardando no lombo as vestes de Loyola;
Inimigo da Luz, Vive entre a Treva espessa,
Erguendo o Mal - a Igreja!
Em vez do Bem - a Escola!
Odeio o Militar, obeso de Arrogância.
Quando de Espada à cinta e Farda com galões,
Cérebro do Poder, mantém-se em Vigilância,
Para matar Irmãos ao mando de Ladrões!
Odeio o Grão-Senhor devasso e impenitente,
Sempre esbanjando ouro e torpes bacanais;
Enquanto de lazeira estoura tanta gente,
Depois de mui fazer m catres de Hospitais…
Odeio o Usurário,
Aborto da Maléria,
Que empresta seu Dinheiro em troca de valores,
Enriquecendo assim às custas da Miséria,
De tantas Legiões de Escravos Produtores,
Odeio do Negócio,
O Homem sem entranhas,
Vendendo no balcão o que é de Todos Nós;
A Lei lhe dá Direito a todas as artimanhas,
Tornando-o da rapina, o vulto mais veloz…
Odeio o Patriota,
O estulto Defensor dos Privilégios vãos que a Pátria sintetiza,
Por causa Dele é que não há no Mundo,
Amor, Justiça e Liberdade
A mais Alta divisa!
Odeio o vil Burguês, o Parasita imundo,
Larápio do Suor de quem geme e Trabalha,
Se nada ele Produz, o que faz então no Mundo?
Pra que deixar viver tão pérfido Canalha?
Odeio Tudo, enfim
Que é causa da Pobreza,
Sofrer muito Infortúnio e muita Privação;
Contém esse preceito as Leis da Natureza,
Todos tem jus igual à
Liberdade e ao Pão.
Andrade Cadete,
30 de setembro de 1917.
Assista ao videopoema: https://kolektiva.media/w/fn1UoPW4eU3vBUCJD2ozXT
“Porque nenhuma fronteira do mundo pode barrar a Revolução Social”
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