"Eu guardei no peito um desejo tão sério por um ódio e que ainda por cima nunca se concretizou.
Durante meses me armei pro momento fatal em que levaria alguém a finalmente sentir dor e que, inconformade com tamanho descaso passaria a me odiar.
O momento nunca chegou porque desde o instante em que foi concebido admiti que não havia outro sentido se não uma violência gratuita, caótica, que apelava a uma reação infantil.
Preferi voltar essa energia a mim mesme, construir uma vida sem mais ninguém, ser minha única base e segurança. E cuidando das minhas crias tão simplesmente você me aparece um dia pra conversar. Não existem atentados nem ensaios de covardia, somente eu, agora genitore com mi filhe, parcialmente carbonizada e ironicamente nunca sozinha.
Eu não me lembro mais daquelu menine deslumbrade de tempos atrás ainda que quisesse, a pancada da cova ainda me visita. Sou o suficiente pra continuar vive, exageradamente sentimental e exposte, agora desejo algo entre solidão-solitude, nunca sabendo o que realmente é e pedindo aos ancestrais que não me abandonem, porque o futuro sorri pensando na próximo golpe."
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