Eu fui numa manifestação contra as violências sexistas e sexuais. Lá encontrei pessoas que já conheço de outros movimentos. Tive a oportunidade de falar para um camarada que minha bicicleta havia sido roubada, e que por isso estava de skate. Ele logo me propôs de emprestar uma bicicleta.
Fomos à oficina buscar uma bicicleta. A oficina é um espaço auto gerado onde todes podem consertar sua bicicleta, ela funciona graças a inscrição dos membros e também à venda de bicicletas reparadas. Eu me inspiro muito dessa oficina, pois ela me mostra que há diversas formas de se organizar que podem funcionar.
Conheci esse camarada antes de uma viagem, eu fui fazer a manutenção da minha bicicleta, verificar o óleo, consertar as marchas, encher o pneu. Tudo isso toma tempo, e obviamente meu objetivo não era ter a bicicleta mais bonita do mundo, mas sim chegar ao meu destino.
Assim que eu imagino o bem estar em movimentos, nosso objetivo não é só de cuidar de nosso bem estar, mas sem o bem estar não chegaremos à outros objetivos. Sem cuidar de nós mesmos não conseguimos chegar muito longe.
Ao aprender a cuidar da minha bicicleta eu aprendi a ter uma outra relação com ela, e o mesmo acontece quando nosso movimento começa a cuidar de nós, praticamos amor em nossos espaços. Cuidar de nós mesmos também alimenta a luta e nos permite questionar, e o questionamento pode nos ajudar a nos libertar de crenças limitadoras, crenças essas que nos machucam.
Esse texto é cheio de ciclos, assim como uma bicicleta que me leva até manifestações
EDIT: olhar apenas para a bicicleta enquanto pedalamos é extremamente perigoso. não olhe apenas para sua bicicleta quando estiver viajando.
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